Câmbio dá alívio às empresas, mas resultados decepcionam

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O fraco resultado das empresas brasileiras no terceiro trimestre indica que a espera por uma recuperação econômica pode se esticar até 2017, apesar de alguns setores reportarem lucros sólidos devido à queda do custo da dívida e ao câmbio mais estável.

O principal índice de ações da Bovespa avançou quase 40% em 2016, muito embora o país atravesse a pior recessão desde 1930.

Investidores receberam bem a agenda de reformas fiscais do novo governo de Michel Temer e preparam-se para a retomada da economia.

Mesmo que a volta da confiança do investidor tenha reduzido o custo de financiamento de muitas companhias, ajudando-as a entregar resultados, a temporada de balanços encerrada nesta semana sugere que o otimismo ainda não se traduziu em mais atividade econômica.

Cerca de metade das companhias anunciaram lucro líquido mais forte, ajudadas na maioria dos casos pela redução de despesas financeiras com custos de hedge e financiamento mais barato e por venda de ativos.

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Mas a eleição do magnata Donald Trump à presidência dos Estados Unidos na semana passada coloca em xeque a conjuntura que favoreceu o desempenho financeiro das empresas nos últimos meses.

O Real se desvalorizou 8% em relação ao dólar nas últimas sete sessões, com a vitória de Trump trazendo turbulências aos mercados da América Latina e reforçando apostas em uma elevação da taxa de juro dos EUA em breve.

Se confirmadas as expectativas, as companhias brasileiras podem não mais encontrar sustentação no custo mais baixo da dívida e das operações de hedge.

A retomada até agora tem sido realmente influenciada pelo câmbio e pelo custo mais baixo de financiamento, mas para ter uma tendência mais sustentável ou estabelecer uma plena recuperação, são necessárias contribuições de mais setores da economia.

Exportadoras de commodities, desde a produtora de celulose Fibria até a mineradora Vale, também reverteram prejuízos de um ano atrás e reportaram resultado líquido positivo no terceiro trimestre de 2016, ajudadas pelo efeito do câmbio sobre a dívida.

Em setores mais sensíveis à demanda dos consumidores, contudo, a queda foi muito dramática para ser compensada pelo custo mais baixo da dívida.

O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, divulgou que mais que dobrou o prejuízo do terceiro trimestre sobre um ano antes, com a empresa recorrendo a descontos mais acentuados para atrair clientes às lojas.

Já a Lojas Renner, que nos últimos anos foi destaque entre as varejistas de vestuário, reportou a primeira queda anual das vendas desde 2009.

O setor de telecomunicações continua sentindo intensamente a desaceleração da economia, com TIM dispensando funcionários e Telefônica Brasil cortando a projeção do valor a ser investido em meio à demanda fraca.

Em outros segmentos, a cautela também vem freando os planos de investimento, com destaque para a fabricante de cosméticos Natura e a siderúrgica Gerdau.

Certamente, o arrefecimento da inflação deve permitir quedas na taxa básica de juro do país no ano que vem, o que deve ajudar a impulsionar a demanda e a encorajar mais investimentos. .

No entanto, a perspectiva de curto prazo segue desafiadora, mesmo para indústrias propensas a se beneficiar primeiro da recuperação dos investimentos esperada por economistas no país.

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